quarta-feira, setembro 23, 2009

Ingrata "bigamia"...

Se já não bastasse a ênfase dada às declarações do meia Fabrício, do Cruzeiro, na última semana, sobre o meia Diego Souza do Palmeiras, nesta semana tivemos mais um ingrediente polêmico para apimentar o clássico desta quarta-feira no Mineirão. O atacante Kleber, peça importantíssima na campanha perfeita do Cruzeiro no Campeonato Mineiro, e na quase perfeita na Copa Libertadores deste ano, em visita a São Paulo no final de semana, foi a uma festa de amigos.

Pois bem, qual seria o problema de tal atitude? Sem deixar de lembrar que o termo “festa” é um dos “proibidões” no mundo do futebol, capaz de estremecer o melhor estruturado dos clubes. O problema então se deu pelo fato de os amigos do ídolo celeste serem integrantes da Torcida Mancha Verde, principal ‘organizada’ do Palmeiras, clube que o atacante defendeu em 2008 e pelo qual nunca escondeu seu carinho. E se o simples fato da presença do Gladiador “bígamo” já não bastasse, ele ainda bateu uma bolinha mesmo recém saído do departamento médico.

Que o polêmico atacante arrumaria encrenca, principalmente por ser véspera do jogo entre suas duas paixões, isso era mais do que esperado. Mas daí a torcida do Cruzeiro passar do amor ao ódio a ponto de ir até a porta da Toca da Raposa chamá-lo de pipoqueiro e pedir sua saída, sem nem mesmo saber se o Cruzeiro vencerá a partida de hoje e muito menos se Kleber deixará sua marca, acredito ser um tremendo exagero e ingratidão. A diretoria agiu corretamente, apenas pedindo esclarecimentos sobre a tal “peladinha” da qual o atacante participou. Mas a torcida, antes de saber como será o rendimento do Gladiador neste e nos próximos jogos, foi de grande infelicidade em seu ato.

Como seria bom se os times de futebol fossem formados apenas por craques nascidos na cidade, torcedores de infância e de arquibancada de seus clubes. Mas o futebol é profissional, e o jogador que não aprende a conviver com várias paixões nunca vai criar identidade com nenhum clube no qual atue, e consequentemente nunca será ídolo.

A torcida do Cruzeiro tem que ser grata ao carinho e serviços prestados pelo Gladiador ao clube, pois, em minha opinião, sem ele, o Cruzeiro não teria conquistado o que conquistou no primeiro semestre deste ano. E sim, considero o vice-campeonato da Copa Libertadores uma conquista. E a torcida deveria sim curtir suas atuações enquanto ele ainda estiver pela Toca, e torcer para que sua saída seja adiada ao máximo.

Agora, se ele pipocar deliberadamente hoje, como o Edmundo já o fez atuando pelo próprio Cruzeiro, aí sim será digno dos protestos e realmente deverá satisfações à torcida e ao clube. Aguardemos pelo último capítulo dessa eletrizante novella italiana, hoje à noite, no Mineirão.

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